A partir de 2006, quando passei a me interessar e a estudar investimentos financeiros e finanças pessoais, percebi que havia muito pouca literatura de qualidade e com uma linguagem acessível para quem se interessasse sobre esses temas. Dessa forma, li bastante sobre o assunto e em 2009 comecei o meu blog, "O pequeno investidor". No início de 2013, quando o blog já era um dos principais do país nessa temática, decidi que era hora de buscar um público mais amplo e publicar livros sobre ela.

Escrever demanda concentração e que se abra mão de algumas coisas, pois é necessário tempo para estudar, planejar e escrever da melhor maneira o conteúdo que se deseja passar ao leitor. Não adianta se enganar: material de qualidade só é produzido com muito esforço!

Antes de tudo, tentei publicar minhas dissertações de direito e filosofia por meios tradicionais, mas sem sucesso comercial. No fim de 2012, eu já havia escrito o "Manual do Pequeno Investidor em Ações" e tentei novamente, mas mais uma vez sem resultados - disseram-me que no Brasil não havia público suficiente interessado em investimentos e finanças pessoais. Aos poucos, eu lia sobre como a publicação independente estava revolucionando o mercado editorial e, assim que a Amazon começou a oferecer o serviço de autopublicação para o Kindle, eu - que já utilizava o e-reader há bastante tempo - não tive dúvida e publiquei meus livros pelo Kindle Direct Publishing (KDP). E o tempo mostrou que a opção foi correta, já que tenho vendido muitos eBooks e o retorno financeiro é bem interessante. Em certos momentos, o Manual do Pequeno Investidor chegou a ser o eBook mais vendido na loja da Amazon, à frente de vários best sellers.

O KDP é excelente e facilita demais o processo de autopublicação. É bastante democrático e não necessita de grandes conhecimentos de informática, já que tudo, desde a formatação do texto para um formato agradável no Kindle até a escolha da capa e a publicação, é explicado de maneira fácil. Além disso, o KDP Select traz a vantagem de aumentar os royalties de venda dos livros (de 35% para 70%), ainda maior do que o valor tradicional de 10%. O programa também dá acesso a várias ferramentas interessantes de marketing, o que garante maior visibilidade e, com isso, mais vendas para seu livro.

Chamei minha mulher e meus filhos e mostrei, olha só, vendi 7, que legal. "Se vendesse 10 por mês eu ficaria muito contente", comentei.

No mês seguinte olhei e vi que estava entre os 10 primeiros na minha categoria, e entrava na lista geral dos 100 mais vendidos, já estava todo animado.Em fevereiro, dois meses do lançamento da Loja Kindle Brasil, eu já estava quase no topo da lista geral. Fiz algumas correções e ampliação e relancei o livro como uma 2ª edição.

Em março de 2013 o livro chegou ao primeiro lugar.

Em junho começaram os convites para entrevistas e apareci duas vezes na Folha de São Paulo, e em dois jornais locais. Em setembro dei uma entrevista para um programa da TV local de grande audiência e fui reconhecido em alguns lugares como escritor. Em outubro, saiu uma matéria sobre a Amazon na Forbes Mexicana em que uma entrevista comigo foi veiculada.

Em dezembro lancei a versão do Mnemônica em espanhol, que também chegou a figurar como 1º na lista de mais vendidos do México. Nesse mesmo mês, Inglês para preguiçosos e Mnemônica constaram em 1º e 2º lugar entre os mais vendidos na loja Kindle.

Demorei para acreditar.

A possibilidade de escrever, publicar e vender não existia para alguém como eu antes da Amazon chegar ao Brasil. É neste ponto que o KDP mudou tanto a minha vida, e a de todos os aspirantes a escritor do país.